sexta-feira, 4 de maio de 2012

Texto 2: DIA INTERNACIONAL DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: IMPORTÂNCIA E DESAFIOS FUTUROS


DIA INTERNACIONAL DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: IMPORTÂNCIA E DESAFIOS FUTUROS

O dia 28 de abril foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como o Dia Internacional da Segurança e Saúde no Trabalho, com a finalidade de promover sua aplicação de forma eficiente no ambiente laboral, tendo em vista que esses segmentos são componentes primordiais da estratégia da OIT para desenvolvimento do trabalho decente. Aqui no Brasil a LEI Nº 11.121, DE 25 DE MAIO DE 2005 instituiu o mesmo dia como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, a ser celebrado a cada ano.

A preocupação da OIT em promover ações relacionadas à Segurança e Saúde laboral recai sobre a grande incidência de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho que ocorrem anualmente no mundo. Segundo dados dessa organização, cerca de 6.000 trabalhadores perdem a vida (isso mesmo MORREM!) a cada DIA no mundo, devido a acidentes e doenças do trabalho, além da ocorrência de cerca de 270 milhões de acidentes não fatais. Fazendo um cálculo simples e rápido são cerca de 739,3 mil trabalhadores acidentados a cada dia no mundo. Caso esteja pensando que houve engano ou algo do tipo é só clicar no link da bibliografia, lá no final do texto e conferir a matéria no próprio site da OIT. Esta, ainda estima que o custo total dos acidentes e doenças equivale a 4% do Produto Interno Bruto -PIB global, (o PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no mundo). Isso representa mais de vinte vezes o custo global destinado a investimentos para o desenvolvimento de países. Os dados da OIT, mencionados aqui foram publicados em 2008.

O número de acidentes do trabalho no Brasil em 2010 chegaram a cerca de 701,5 mil. Aproximadamente 1.922 acidentes por dia. O detalhe é que esse quantitativo refere-se somente aos casos registrados na Previdência Social (INSS). Sabemos que muitos empregadores camuflam acidentes e evitam o registro, bem como empregados que, muitas vezes, temendo represálias evitam informar a empresa a respeito do acidente.

Importante perceber que a ocorrência de acidentes e doenças do trabalho desencadeia consequências negativas nas vertentes social e econômico-financeira para todas as partes envolvidas (empregadores, governo, empregados e suas famílias). Para empregadores perda de tempo de produtividade, má visibilidade da empresa, custo acidentário, entre outras são questões negativas decorrentes de acidentes. O governo deixa de aplicar recursos destinados aos auxílios previdenciários e reabilitação do trabalhador para outras políticas que fortaleçam a prevenção de ocorrências indesejáveis. Os danos negativos para o acidentado e sua família nem precisamos mencioná-los. O silêncio basta!!!

Observando a enorme quantidade de acidentes e suas consequências, podemos afirmar que há muito por se fazer em relação à segurança e saúde do trabalho a fim de combatermos esses índices alarmantes de ocorrências de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Para tal, necessitamos de políticas eficazes e eficientes voltadas para o prevencionismo. Aqui no Brasil foi lançado, somente agora, no final de 2011 e início de 2012 por parte do governo, uma Política e um Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (assunto para outra postagem). Mas, como diz o ditado popular: Antes tarde do que nunca! Entretanto, somente a criação não diz muita coisa, necessitamos de ação e rápida, a fim de evitarmos que vidas continuem sendo perdidas no local onde destinamos nossa força de trabalho para obter nosso sustento. Nesse sentido, o dia 28 de abril pode e deve se tornar uma data símbolo para reivindicação por parte de toda a classe trabalhadora por melhores condições de trabalho. Situação que, infelizmente, ainda vejo muito distante da realidade. A falta de informação dos próprios trabalhadores e da sociedade em geral a respeito do impacto do acidente de trabalho em sua vida, o próprio desinteresse dos trabalhadores sobre o tema e para completar a deficiência na disseminação da cultura do prevencionismo em muitas empresas são fatores que contribuem para que as reivindicações e melhorias não aconteçam. Portanto, necessitamos disseminar informações a fim de alcançar um patamar de entendimento e conscientização satisfatório, tanto por parte dos empregadores e empregados como também por parte do governo, de que o prevencionismo seja visto como algo benéfico, como de fato é, para a economia das partes envolvidas, bem como para a qualidade de vida dos trabalhadores.


BIBLIOGRAFIA

Anuário Estatístico da Previdência Social/Ministério da Previdência Social, Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social – Ano 1 (1988/1992) – Brasília : MPS/DATAPREV, 1993. (ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL AEPS 2010).


SITES



http://blog.mte.gov.br/ (Blog do Trabalho)







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